sábado, 22 de dezembro de 2012

Mais um texto.


"O sol começava a desaparecer no oeste, por trás de algumas nuvens bem brancas, deixando o céu com o belo tom alaranjado. Depois de muito tempo eles teriam a chance de conversar a sós, sentados em um banco abaixo de uma árvore frutífera, na varanda da casa dela. A situação não era boa ou amigável. Era confusa, estranha, tensa e degradante.
-Não é tão simples.- Ela disse por impulso, afim de quebrar o silêncio torturante, enquanto observava o machucado no queixo do rapaz. -As coisas não acontecem quando a gente quer e sim quando tem que acontecer. Não é a gente que escolhe, não é a gente que decide. Tudo tem sua hora.-  Ele deu de ombros, apenas esboçou um sorriso, visivelmente lhe contrariando. 
-Muito fácil pra você, né? Quando tem alguém ao seu lado.- Ela revirou os olhos, conversas que sempre começavam e terminavam do mesmo jeito. Conversas que lhe deixaria tristonha pelos próximos dias. Os dois pares de olhos castanhos se cruzaram por um segundo, antes que eles desviassem o olhar, ambos fitando o chão.
-Muito fácil pra você, que só vê o seu lado. Antes que a gente recomece as nossas costumeiras discussões, me responde uma coisa? 
-Fala...-"Mais uma das perguntas idiotas, como sempre", pensou, enquanto esperava a garota falar. Após uma longa pausa e um suspiro prolongado da parte dela, a pergunta enfim soou de seus lábios avermelhados por um batom qualquer. 
-A gente ainda vai dar certo em algum momento, confere?- A simples pronuncia da palavra "confere" lhe fez sorrir e, de algum modo, relembrar de muita coisa. O passado dos dois não era tão distante assim, mas era cheio de lembranças boas, até mesmo as brigas, que terminavam em declarações de amor, que não levavam a nada. 
-Eu espero que sim.- Disse, encarando-a. Ela suspirou de novo, mas dessa vez, ele suspirou ao mesmo tempo. -A gente se encontra. -Seus lábios tocaram a bochecha corada da garota, que abriu um sorriso e fechou os olhos, sentindo apenas a presença dele se afastar. Um vazio repentino encheu o lugar, uma dor cortante lhe invadiu.
O que lhe machucava não era o estar apenas acompanhada de um problema, criado por ela mesma, e boas lembranças. O que lhe machucava era saber que o coração daquele rapaz tinha uma enorme ferida que jamais seria curada, mesmo que em algum momento fosse esquecida. Uma ferida que ela lhe causou sem intenção."

Tenho histórias no computador que nunca termino. Essa é uma delas, ainda nem nomeei os personagens. Na verdade, já mudei o nome deles milhões de vezes. Então, para não ficar confuso caso eu poste outra parte da história, vou deixa-los sem nomes por enquanto. Pretendo terminar essa, é uma das minhas preferidas, confesso. Mesmo que seja melosa em alguns momentos, esse é o tipo de casal que o mundo inteiro torce pra dar certo, inclusive eu. Como ando sem postar muito, casa cheia de gente, sem criatividade, resolvi fuçar e achar algo. Achei esse, espero que gostem. Beijos,
~Le Blanc. 

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